MAKIWARA

Makiwara (em japonês: 巻藁, palha enrolada) é um poste plano, ou uma tábua, de madeira fincada num plano e forrada uma área na parte superior, que é utilizado como instrumento de treino em vários estilos de Karatê tradicional. Sua origem remonta basicamente à ilha de Okinawa, sendo o aparato uma forma de Hojo Undo, ou seja, uma método adicional de condicionamento físico




Semelhando ao saco de pancada utilizado pelos boxeadores, o Makiwara é usado para treinar técnicas de ataque de curta e longa distância como socos, chutes, joelhadas (Atemi-Waza), etc,. Mas seu emprego, necessita ser feito com cuidado e prudência, pois em excesso ou sem conhecimento mínimo, levando ao uso incorreto, pode danificar as articulações, por isso, não é aconselhado para pessoas menores de idade ou com problemas de calcificação. 

Segundo os métodos de Okinawa, é o treino mais eficiente se os movimentos forem executados de diversos ângulos e muitas vezes ao dia, o que alguns mestres dizem que se deve pratica de cinquenta a cem vezes com cada membro. É que, de um ponto de vista pragmática, a prática regular faz tornar instintivas a respiração, a noção de distância e absorção do impacto.

Técnicas

Basicamente, utilizam-se técnicas de punho/soco: 

Ken Waza: fecham-se os dedos da mão contra a palma firmemente, apertando o polegar contra os dedos indicador e médio, devendo os dedos formarem uma superfície plana; em seiken, utilizam-se apenas os dedos indicador e médio.

Kaisho Waza: abrem-se os dedos em reta e unidos, de forma que a mão pareça uma faca.


Tipos de Makiwara

Há dois tipos básicos de Makiwara:

Makiwara macia: é o tipo usada por caratecas iniciantes e são posicionadas em ângulo em relação ao solo.

Makiwara rígida: depois de o praticante já ter condicionado mente e corpo no treinamento com o tripo macio, passa-se ao treino com o rígido. É posicionada em ângulo reto, aproximadamente.

Há ainda uma forma arredondada é tradicionalmente usada por praticantes de Kyudo.


Modelos de Makiwara

Shuri: é feita com uma tábua chata de madeira, talhada de forma a ficar com a área alvo até a altura do osso externo. É usada para o treino de golpes à curta distância.

Naha: é feita de modo semelhante ao modelo Shuri, mas tem altura diversa para uso em golpes em bases mais baixas, como Shiko Dashi. É modelo mais usado pelos praticantes do estilo Goju-ryu.

Ude Makiwara: é construída com um poste arredondado, o que permite uma variedade maior de movimentos, inclusive laterais.


Como construir um Makiwara:  



TÉCNICAS DE DEFESA

As Técnicas de Defesa (Uke Waza) servem não só para afastar uma agressão, mas também para já iniciar um revide ofensivo. Alguns chegam a dizer que o termo estuda os bloqueios, porém este tipo de técnicas não envolve apenas bloqueios (que eventualmente podem ser aplicados), haja vista que o carateca pode também conduzir o oponente ou esquivar-se.

Assim como as técnicas de ataque, as de defesa são procedidas nas mesmas áreas: Jodan, Chudan e Guedan. E, conforme o membro utilizado, assim são classificadas as técnicas de defesa. Em todo e qualquer movimento defensivo o lutador deve executá-lo em movimentos circulares e usar o menor custo de energia possível. A despeito da nomenclatura, não existe uma regularidade na classificação das técnicas, pelo que um mesmo tipo de defesa pode ser chamado de modos diferentes, a depender basicamente da escola/estilo em que se treina.



TÉCNICAS DE DEFESA UTILIZANDO AS MÃOS 


- Age Uke


Usa-se o bloqueio superior contra ataques à face. O braço de bloqueio não deve estar em ângulo reto, caso contrário não será eficaz. A defesa deve ser em 45º.




- Chudan Barai






- Chudan Soto Uke




- Chudan Uchi Uke






- Empi Uke (Presente no Kata Heian Sandan)





- Gedan Barai

O ataque é bloqueado com o ante-braço com o golpe que parte ao lado do ouvido para o lado oposto do corpo, desviando golpes que atingiriam o abdomen.






- Gedan Barai Uke



- Gedan Morote Barai





- Haishu Uke

Defesa com o dorso da mão.



- Haito Uke

Defesa com o dorso da mão em espada.



- Haito Uchi




- Haito Uchi Uke





- Haiwan Uke (Presente no Kata Heian Nidan)



- Hijisasae Uke


- Jodan Uke




- Seiken Judan Uke



- Juji Uke

Defesa em Cruz






- Kaisho Ake Uke


- Kaisho Haiwan Uke (Presente no Kata Heian Yondan)


- Kaisho Juji Uke (Presente no Kata Heian Godan)


- Kakiwake Uke (Presente no Kata Heian yondan)

Defesa abrindo caminho com as duas mãos.




- Kakuto Uke

Defesa com o dorso do pulso dobrado


- Kami Tsukami (Presente no Kata Enpi)


- Keito Uke
Defesa com a mão em crista de galo.


- Koken Uke



- Kosa Uke



- Mawashi Uke



- Uraken Mawashi Uke




- Morote Chudan Uchi Uke




- Morote Uke (Presente no Kata Heian Sandan)






- Nagashi Uke

Defesa esquivando-se.



- Osae Uke





- Otoshi Uke



- Seiryuto Uke
Defesa com a base da mão em espada.



- Shiuko uke (Haishu Uke)




- Shotei Uke (Teisho)



- Shuto Age Uke


- Shuto Gedan Barai



- Shuto Mawashi Uke



- Shuto Uke

Defesa com a mão em espada.






- Soto Ude Uke

O movimento dessa defesa é de fora para dentro com movimento semi-circular.









- Sukui Uke

Defesa em concha.





- Tate Shuto Uke

Defesa vertical com a mão em espada.


- Te Kubi Sasae Uke


- Te Osae Uke


- Teisho Uke

Defesa com a base da palma da mão.



- Tsuki Uke


- Uchi Otoshi Uke



- Uchi Ude Uke




- Uchi Uke Gyaku Hanmi (Presente no Kata Heian nidan)


- Uchi Ude Uke
Defesa com a parte interna do antebraço.



- Ude Barai



- Ushiro Gedan Barai (Presente no Kata Enpi)


- Yoko Bari Uke




TÉCNICAS DE DEFESA UTILIZANDO AS PERNAS 

- Ashikubi Kake Uke


- Heisoku Uchi Mawashi Uke


- Hiza Naka Uke


- Hiza Soto Uke


- Kaji Naka Uke


- Kaji Soto Uke


- Kakato Mae Ashi Uke


- Mae Geri Ashi Dome


- Mae Hiza Uke


- Mae Kaji Uke


- Mae Sune Uke


- Mika Zuki Geri Uke (Presente no Kata Heian Godan)


- Nami Ashi / Nami Gaeshi (Presente no Kata Tekki Shodan)


- Sokutei Osae Uke


- Sokuto Osae Uke


- Sune Naka Uke


- Sune Soto Uke


- Teisoku Soto Mawashi Uke


- Yoko Geri Ashi Dome

TAMESHIWARI


Tameshiwari (試し割り, teste de quebramento) são as técnicas pelas quais um praticantes de artes marciais japonesas condiciona o corpo, para conseguir quebrar tábuas, telhas, madeiras, gelo, tijolos e outros materiais. Esta técnica é praticada por vários estilos de Karatê, com maior ou menor ênfase. Também é prática corrente em Taekwondo, Kung Fu, Silat, alguns estilos tradicionais de Jiu-jitsu, entre outras modalidades de luta.

O Tameshiwari, exige do praticante treinamento sério de disciplina, respeito, concentração mental, atenção, paciência, vontade, vigor, energia vital e a virtude que consiste em suportar a dor (controle mental), em fim, o praticante poê à prova, qualidades adquiridas nos treinamentos diários de karatê, pois ele deve quebrar o objeto no primeiro golpe, e não ficar batendo várias vezes ou fazendo testes preliminares.


O Tameshiwari, não é uma prática diária e nem todos os alunos conseguem esse feito notável. Esse trabalho, só pode ser feito na presença do orientador.

Quanto a demonstração em público, a apresentação dessa técnica de quebrar objetos sólidos só pode ser executadas por discípulos sob supervisão do Mestre de Karate-Dô em função da orientação de como se deve fazer e, nunca aleatoriamente. O treinamento deve ser feito sempre no Dojo com acompanhamento do orientador que treina e habilita na execução dessa técnica.




KIHON E KATA (SENSEI TETSUHIKO ASAI)


KIHON

Os Kihons são movimentos de defesa e ataque praticados pelo Karateca, na formação da estrutura básica da postura, bem como na execução de seus movimentos. Podem ser aplicados parado ou em movimento (andando). São utilizados nomes em japonês que associados ao Kihon definem o número de repetições dos movimentos.

Por exemplo:
Kihon Go Ho (são 5 repetições do Kihon)
Kihon San (são 3 repetições do Kihon).

Há ainda o Kihon parado (Kihon Sonoba). Muito utilizado para o fortalecimento da postura do praticante da arte marcial.

Com a pratica do Kihon os seguintes aspectos são aprimorados:

Forma - O equilíbrio e a estabilidade são necessários para as técnicas básicas. Os movimentos de Karate implicam a mudança constante do centro de gravidade corporal exigindo bom equilíbrio e um bom controle do corpo.

Força e Velocidade - A força se acumula com a velocidade. A potência do Kime numa técnica básica de karatê se origina pela concentração máxima de energia no momento do impacto e isto depende muito da velocidade com que se produz a ação.

Concentração e Relaxação da Força - O maior nível de potência vem de concentrar a energia de todas as partes do corpo no objetivo.

Aumento da Energia Muscular - O fortalecimento dos músculos requer um adestramento constante.

Ritmo e Coordenação - Em qualquer esporte a atuação de um bom atleta é muito rítmica sempre. Adquirir sentido do ritmo e do tempo é uma forma excelente de progredir na arte do Karatê-Do.

Utilização dos Quadris - O movimento dos quadris joga um papel fundamental na execução das diversas técnicas de Karatê-Do. A rotação dos quadris dá força à parte superior do corpo ajudando-nos assim a realizar murros e bloqueios com mais força

Respiração - O karateka deve combinar perfeitamente sua respiração com a execução das técnicas. Respirar adequadamente aumenta a habilidade do karateka para relaxar-se e concentrar a máxima força em suas técnicas.


No Kihon, geralmente as técnicas são trabalhadas individualmente, mas também é possível realizar combinações, como no vídeo abaixo: 





HISTÓRIA DE KARATÊ

Karatê foi originado na Índia ou na China, há aproximadamente doze séculos. A medida em que a arte foi sendo desenvolvida, estudada, cultivada e transmitida através das gerações, mudanças e contribuições foram somadas para a formação de diversos estilos de Karatê em evidência atualmente.

História

Há milênios já existiam formas de lutas sem armas, e na época dos samurais no Japão, não existia o conceito de esporte. os guerreiros praticavam artes marciais também como forma de exercícios físicos, através dos quais educavam a disciplina, a moral, o civismo e impunham a paz e a moral à sua Nação.

O grande responsável pelo desenvolvimento do Karatê, foi o mestre Gichin Funakoshi, que introduziu o Karatê como esporte no Japão e foi convidado pelo ministério da educação japonês, para dar aulas de Karatê nas escolas e universidades do país. O mestre Funakoshi pretendeu com seu método que visava a educação física como forma de defesa pessoal, aliada à filosofia dos samurais, mas com base científica, ajudar os estudantes em sua formação como homens e cidadãos úteis a sociedade, tudo isso, sem perder o verdadeiro espírito marcial da luta.

O Karatê foi considerado "arte divina" pela sua grande eficiência no combate real. Um dos fatos mais importantes para o desenvolvimento do Karatê, foi o surgimento do "karate-competição" como esporte. Nos anos 30 e 40, o Karatê começou a se espalhar pelo mundo.

Aqueles poucos indivíduos, que realmente alcançaram uma alta condição na arte do Karatê, exibem capacidades que parecem estar próximas dos limites do potencial humano. O praticante de Karatê, uma pessoa altamente treinada nos aspectos físico-mentais, quando se confronta com o atacante, apresenta um comportamento diferenciado e da provas de sentimentos completamente incomuns a alguém tão ameaçado. Existe um ruptura de pensamento intelectual e de emoções como raiva, medo e orgulho. Em lugar disso, ele não se sente como indivíduo separado das coisas que o cercam, como um indivíduo em seu ambiente. Até mesmo seu oponente é olhado como uma extensão de si próprio. É natural que tais sentimentos subjetivos estejam abertos ao estudo científico.

Introdução Filosófica

Estes são os lemas do lutador de Karatê:

I- Esforçar-se para formação do caráter (Disciplina);

II- Criar o intuito de esforço (Determinação);

III- Respeitar acima de tudo (Respeito);

IV- Conter o espírito de agressão (Desapego);

V- Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão (Honra).


A palavra "Karatê" é derivada de uma expressão usada na filosofia zen, que pode ser considerada como parte integrante da filosofia oriental. A palavra "sora" que se pronuncia também como "kara" ou "kuu", representa o universo. No pensamento zen, a palavra contém o ato ou processo de libertação da pessoa ou seu ego, conseguindo um estado de mente que não é afetado por nada, isto é, estado de inexistência. Este "estado", significa o esforço para livrar a pessoa de qualquer tipo de desejo e desenvolver um caráter respeitável. Portanto o verdadeiro propósito do Karatê é treinar de tal forma que o praticante possa viver de maneira agradável, saudável, honrado e digno, sem criar problemas, sem temer ao forte ou poderoso, sem se humilhar ante o homem influente, e sem se tornar cego pelas riquezas da terra (desapego). Esse equilíbrio existe através do In e You, que em conjunto, formam o universo, numa combinação do positivo e negativo. O significado atual do karate, se deve ao mestre Gichin Funakoshi, que mudando o sentido original do nome, introduziu a palavra KARA com significado de vazio, Céu, Universo. TE significa mão e DO caminho. Literalmente Karatê significa o caminho das mãos vazias (Por isso se diz que o lutador de Karatê usa o próprio corpo como armas para lutar) ou num sentido mais filosófico, caminho que contém o universo.


No Karatê existe uma famosa expressão do mestre Funakoshi: "Karate Ni Sente Nashi", que significa que primeiro a defesa é importante, depois o ataque, sem perder o espírito ofensivo, esse provérbio explica claramente o objetivo do Karatê que é conter o espírito de agressão. Dessa forma, nota-se a atitude de respeito na prática do "Kata" (Luta imaginária), as quais sempre se iniciam com técnicas de defesa.


Funakoshi com 20 ensinamentos


01. O Karatê inicia-se e termina com saudações.

02. No Karatê não existem golpes de agressão.

03. O Karatê apóia o caminho da razão.

04. Conheça-se a si próprio antes de julgar os outros.

05. A principio lapidar o espírito, depois a técnica.

06. Evitar o descontrole do equilíbrio mental.

07. A falha surge com a acomodação mental e física.

08. O Karatê não se limita apenas ao Dojo.

09. A essência do Karatê se descobre no decorrer da vida.

10. Dará frutos quando associado a vida cotidiana.

11. O Karatê é igual água quente: se não recebe calor constantemente ela esfria.

12. Não pense em vencer, mas não pense em derrota.

13. Mude sua posição conforme o tipo de adversário.

14. A luta depende do bom motivo da teoria In e You.

15. Imagina que seus membros são espadas.

16. Para o homem que sai do seu portão, existe milhões de adversários.

17. No princípio, seus movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais.

18. A prática de fundamentos deve ser correta. Enquanto em uso torna-se diferente.

19. Domínio do seu corpo na coordenação, na força, na velocidade e elasticidade.

20. Estudar, criar e aperfeiçoar-se constantemente.

É comum que o principiante praticante de Karatê, notando seu rápido desenvolvimento, seja tomado por uma onda de impetuosidade, sentindo a necessidade de por em prática seus conhecimentos adquiridos. Esta idéia deve ser detestada e sanada, para que não venha a afasta-lo do real objetivo do Karatê, que é o de nobreza de espírito, domínio da agressividade, modéstia e perseverança; "possuir suavidade no seu exterior tendo quando necessário, coragem de enfrentar milhões de adversários, vibrar no seu interior". Esse é o verdadeiro espírito do Karatê.